domingo, 21 de setembro de 2008

"Milão é a capital do prêt-à-porter. Paris é a da alta-costura"

Mario Boselli, presidente da Câmara Nacional da Moda Italiana, muda o tom de cortês para cortês e enfático quando o assunto é sua rival, a temporada de moda de Paris. "Milão é a capital do prêt-à-porter. Paris é a da alta-costura", afirma o organizador do evento milanês, reclamando para a Itália o posto da principal semana de moda das coleções de roupas prontas (ou "prontas para vestir", tradução do "prêt-à-porter"), e, assim, o evento mais relevante do cenário fashion mundial. Paris, além dos desfiles de prêt-à-porter, que começam, inclusive, imediatamente após o término dos de Milão, também tem uma fashion week exclusivamente dedicada à alta-costura, termo usado para peças exclusivas, feitas sob medida e à mão. Mas não importa. Para jogar contra o peso de grifes como Chanel, Dior, Balenciaga, Givenchy, Yves Saint Laurent e Louis Vuitton, Boselli se arma de números. "Cerca de 85% das grifes que desfilam em Milão são italianas, e apenas 15% são marcas estrangeiras. Em Paris, esta relação é [respectivamente] de 45% para 55%. Eles são obrigados a fazer isso, porque não têm indústria forte como na Itália", rebate. O argumento ganha força com o faturamento do setor de moda italiana em 2007: 69,269 bilhões de euros, ou aproximadamente R$ 183 bilhões. Este valor diz respeito apenas às consideradas "áreas-chave": têxteis, roupas, couro, artigos de couro e sapatos. "Milão é menos internacional [em relação à Paris] mas isso é interessante para a gente: temos que ser coerentes com o sistema de moda italiano", acredita o presidente da Câmara. Para Boselli, os franceses se destacam em tudo o que é referente ao luxo. E os italianos "Ao que chamo de 'belo e bem-feito'. E isso é muito bom para nós [italianos]: é mais fácil de vender". Fonte: site UOL

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