Abrindo a principal semana de moda do Sul o país, o estilista
Jefferson Kulig, levou para as passarelas a tecnologia e a funcionalidade.
Inspirados no
Pop Art da rua, looks futuristas e funcionais, uma coleção hi-tech, mixando diversos tecidos tecnológicos, prints e recortes que usam pele, couro ecológico e veludo.
O universo glamouroso da grife
Lafort, revisita os anos 50, ao mesmo tempo em que destaca uma moda rica no trabalho manual.
Perfeccionista, o trabalho da haute couture no
Théâtre de La Mode aparece em vestidos tomara que caia que trazem saias trabalhadas, além de outros modelos com rendas, paetês nos tons dourados que mesclam tricot e peles ecológicas. Luvas curtas e longas completam os visuais, que fazem entender a magia de uma costura focada no luxo. Produções em off-white ilustram uma elegância suave e os decotes nas costas, a feminilidade de uma mulher poderosa. O preto, cinza, dourado e bege ganham suavidade a partir de cortes exatos e peças de alfaiataria, também reinventadas a partir de aplicações.
A
All Purpose apostou em uma coleção masculina urbana, inspirada nos pubs britânicos que revisita e trabalha o jeans wear, tão explorado pela figura de
James Dean na década de 50.
Com looks versáteis, que trabalham o militarismo de forma mais refinada, a calça sarrouel é slim e chega com recortes e efeitos de lavagem, propondo um estilo vintage despretensioso. A coleção lança peças ajustadas e apresenta detalhes e echarpes em xadrez. Nos pés, mocassins criam um visual mais sofisticado.
Lady Loca, ambientado por uma trilha sonora que remete ao universo fantástico de
Tim Burton, arrancou suspiros da plateia com um toque de mistério e de fantasia.
As produções femininas são românticas e sensuais, trazem vestidos mini e aplicações em decotes nas costas, mangas, aparecem até mesmo nas bailarinas e nos sapatos de salto. A capeline é trabalhada de forma suave, o trapézio aparece em vestidos românticos e os casacos acinturados, numa proposta que revisita o visual das bonequinhas de luxo. Destaque aos olhos destacados e à boca, em vermelho, que retratam esse conceito. Vestidos e saias têm babados, e as calças boca de sino são amplas, trazem corsets e tops ajustados, numa contraposição de shapes.
A
Joyful enfeitiçou o público com a transformação da borboleta retratando gradativamente, começando com peças quentes compostas por maxi golas e maxi echarpes, no off-white.
Continuou com looks orgânicos, ilustrando a lagarta e chega ao ápice com o colorido de estampas, trabalhadas à mão pela estilista
Taisa Ruiz Paloma na seda e algodão orgânico. Leggings e túnicas em tricot foram sobrepostos numa silhueta elegante, conceitual e sem pretensões, os macacões, aparecem curtos e em nuances de alfaiataria. Franjas estavam até mesmo as echarpes e a lona residual foi reaproveitada na confecção de pulseiras e enfeites de cabelo, em forma de borboleta.
Um aroma de café perfumou a coleção de
Fábio Bartz.
A influência do produto, importante para a economia brasileira, inspirou estampas geométricas, aplicações de botões, listras e recortes que fazem parte de looks femininos e masculinos propostos pelo estilista para o inverno 2011. O designer pensou no formato de fazendas e fez referência à
Art Déco para criar peças cosmopolitas como parcas acinturadas, vestidos, calças e saias de alfaiataria, num conceito que revisita os tecidos rústicos de maneira sofisticada. Chapéus estilo Panama complementaram peças sobrepostas em composições bem ordenadas, mesclando as nuances de rosa, inspiradas da paleta de cores frenchie, além do marrom, que retratou a o período de queima do café no país, predominantes na coleção.
A
Yet reproduz exército de mulheres sensuais na passarela do PBC.
O militarismo tomou conta do desfile, com looks em jeans que valorizam a silhueta feminina. Para retratar isso, shorts e macaquinhos ultracurtos associados a botas do tipo Cavalière e suspensórios foram apresentados. Cintos largos e altos destacam a cintura em vestidos e o conceito esportivo da coleção recebe um toque glam com o dourado em botões e cordas aplicados nas peças. O estilo militar, tendência também revisitada em outras coleções neste ano é ilustrado com as folhas secas espalhadas na passarela e a saída das modelos que, ao final do desfile formaram um exército feminino sensual, completou o mise em scène proposto pela marca.
Com muita diversão, a
Sinistra trouxe corações, grampos de cabelo, laços, maçãs e o liberty aparecem numa estamparia leve, revisitam o romântico estilo lady like e estão presentes em carteiras, cintos, botões e colares.
Os elementos das prints destacam a coleção que lembra as flores recebidas pelo primeiro amor, acessórios de cabelo, e os melhores momentos da infância. O colorido das peças é trabalhado em peças cruas com predominância da malharia. Meias-calças claras com diferentes texturas se associam a ballerines e constroem visuais descontraídos.As estampas que caracterizam a coleção trazem maçãs, flores (inspiradas no liberty) e grampos de cabelo trabalhados de diversas maneiras para ilustrar a temática do desfile.Cores exclusivas, obtidas a partir de tecidos prontos a tingir que usam tons de bege, marrom, vermelho, verde azul e chumbo destacaram a suavidade dos looks, apresentados em malhas leves. Sarja, veludo cotelê e flanela compõem os visuais mais pesados como calças, casacos e bermudas.
A
Docthos, explorou xadrez e listras em peças casuais.
Sacas de algodão ambientaram o desfile masculino da marca com muitas listras em camisas, bermudas, calças e gravatas. A coleção trabalhou a alfaiataria de maneira sutil, em looks que têm influência nos anos 60, destacando a jovialidade nas calças ajustadas e paletós sem colarinho. As produções apresentadas propõem um homem moderno que ousa misturar composições, cores e prints. Os jeans lavados quebram a seriedade dos visuais que associam camisas, paletós e gravatas.
Cataventos gigantes, tomaram conta da passarela, na ambientação, pequenos e dourados para quem esteve na primeira fila, e em acessórios de cabelo, broches e aplicações dos looks da
picnicdelefante.
Uma coleção que fez a plateia mergulhar num universo mágico de liberdade, mostrando que o vento leva a rumos inusitados. Inspirada na moda francesa feminina, a grife apresentou vestidos retos, curtos e com cinturas baixas, golas do tipo claudine – redondas -, franjas e bordados em pérolas. Cada detalhe das peças revisita os anos 20, época em que liberdade era uma prioridade, inclusive na moda.
Silmar Alves, mais uma vez o estilista traz à passarela a riqueza de uma temática paranaense – a Lapa com sua história heroica, artesanato e cultura.
Fitas, franjas, bordados e tecidos foram produzidos artesanalmente, com detalhes minuciosos de uma moda artística que desenha o estudo aprofundado da trajetória lapeana e consolidam a característica de inclusão social defendida por Silmar Alves. Em sua maioria, as peças ilustram, de maneira sofisticada, o movimento tropeiro e persistência da luta do município durante o Cerco da Lapa. Para prestar homenagem à alta sociedade curitibana, oriunda do município do interior paranaense, surgem vestidos longos esvoaçantes, com brilhos aplicados sem exagero, um luxo despretensioso.